O Reino de Deus está próximo
A
expressão usada como título deste post é muito conhecida pelos leitores da
Bíblia. Esse termo é usado para falar não de um reino físico, mas de uma esfera
de influência que define minha forma de conviver no meio onde existo.
Tratando-se de Reino de Deus (ou reino dos céus, como queiram) é preciso citar
que o eixo principal desta influência se baseia justamente em um relacionamento
íntimo com esse Deus. Somente um relacionamento com Deus pode me influenciar a
viver seu reino dia após dia, tornando possível compartilha-lo em minhas
experiências diárias com outras pessoas. Se relacionamento com Deus é o foco,
temos que pensar de que forma torna-lo verdadeiro e eficaz. Gosto muito do
pensamento do teólogo Joseph Campbell, que me apresenta um Jesus que quebra
paradigmas muito antigos, porém cada vez mais modernos. Vejamos o que podemos
aprender com Jesus para nos relacionarmos com Deus. 1) Jesus me ensina que o
relacionamento com Deus através de uma instituição chega ao sem fim, justamente
com a chegada dele próprio. Não que antes fosse preciso, mas Jesus acentua essa
quebra de conceitos de seu tempo e me mostra que isso ainda hoje se faz
necessário (e como). Quando ele está trocando algumas ideias com uma mulher de
vida tumultuada, que já teve muitos maridos e o que tinha não era dela...
lembra... a mulher samaritana!... Ahh lembrou... Ele diz, respondendo à
pergunta daquela mulher que nem em Jerusalém nem em montes de Samaria o Pai
seria adorado de forma verdadeira, mas em espírito e em verdade. Faz muito
tempo, antes mesmo de existir, que acabou o fato de nos relacionarmos com Deus
profundamente porque sou de tal denominação. Deus não é denominacional.
Cristãos (se assim podem ser chamados) que admitem somente algumas denominações
como garantias à salvação. Misericórdia! Paulo tem sempre muitas brigas em seu
tempo, justamente porque os judaizantes, agora convertidos ao cristianismo se
achavam mais crentes que os gentios. Para um relacionamento com Deus, não é
preciso nem mesmo obrigatório uma denominação. Então por que frequento uma
instituição religiosa? Sabia que essa pergunta surgiria! Pelo fato de que nela
compartilho de forma mais familiar minhas experiências de um Deus que não está
encaixotado dentro dessa instituição colaborando para o fortalecimento da fé
mutua da comunidade. 2) O modo de relacionamento com Deus “criado” por Jesus
está pautado em uma pessoa e não em uma instituição. Agora Ele foi longe
demais. O que Jesus fez foi desconstruir todo um sistema, aliás um sistema
falido a muito tempo. Fariseus hipócritas que eram verdadeiros sepulcros
caiados ambulantes. Em todo seu discurso sobre o Reino ele se coloca
literalmente no Outro. Não entendi!!! Explico: Jesus me mostra que um
relacionamento com Deus existe e é evidente na forma em que me relaciono com
meu próximo. O reino está nas minhas relações com meu semelhante. Na forma que
o respeito e que o enxergo. Isso me aponta para um reino dinâmico e prático,
nada teórico. Falar de amor é muito bonito, melhor ainda é vive o amor... esse
é o convite de Jesus. Temer a Deus é o princípio da sabedoria, mas tenho que
confirmar isso respeitando meu semelhante. E 3) Jesus se denomina “um com o
pai” ou “Eu e o pai somos um”, e nos convida todos os dias a nos tornarmos com
Ele, filhos de Deus. Ou seja, Jesus está dizendo que o Reino existe quando me
torno discípulo Dele. Isso me denomina “cristão”. Agora sou semelhante a Cristo
e isso mostra que o reino de Deus que estava próximo agora está presente como
experiência real e visível em minha vida. E ter as ações parecidas com as de
Cristo significa antes de mais nada reconhecer como Deus relaciona-se com suas
criaturas em geral. Vejamos: “Eu, porém, vos digo: amais os vossos inimigos e
orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos de vosso Pai
celeste...” Se somos convidados a ser filhos de Deus através de Cristo, somos
convidamos a exercer o amor.
O
fator intrigante: Nem no tempo Dele nem em nosso tempo, Jesus foi ouvido em
suas declarações sobre o Reino de Deus. Cada vez mais adoradores de
instituições estão surgindo. São crentes formados e criados em laboratórios.
Cada vez mais o relacionamento com Deus está pautado em regras humanas e muitas
delas descabidas. Algumas até tem seu bom peso, mas outras são fardos pesados
demais para um ser humano carente de Deus. Infelizmente não estamos enxergando
Jesus no Outro. Queremos ele em nós mas não no nosso próximo. Relacionamento baseado
em amor ágape é coisa da Bíblia... por isso infelizmente podemos dizer com toda
certeza que para a imensa maioria o Reino de Deus continua próximo ou muito
distante!
Boaz Alberto
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